O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu nesta quinta-feira (7), multar a influenciadora Pietra Bertolazzi, que comentou sobre as eleições de 2022, na rádio da Jovem Pan. A influenciadora terá que pagar R$ 30 mil por disseminar informações falsas contra a primeira-dama Janja da Silva.
Conforme a Representação apresentada pela coligação Brasil da Esperança, do então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, marido da Janja. A comentarista teria feito uma comparação de Janja com a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, esposa do adversário Jair Bolsonaro.
“Enquanto você tem ali a Janja abraçando o [sic] Pablo Vittar e fumando maconha, fazendo sei lá o quê, você tem uma mulher impecável representando a direita, os valores, a bondade, a beleza (…): Michelle [Bolsonaro]”, disse Bertolazzi.
Em seguida, a influenciadora ainda disse que um eventos de campanha organizado por Janja havia somente “um monte de artista maconhista [sic] que não sabe pra onde vai, da onde vem, com uma ânsia enorme por brilho falso e dinheiro falso, todos querendo abraçar a Janja, porque é esse tipo de valor que ela demonstra, ao contrário da Michele.”
Os ministros do TSE consideraram as declarações feitas em processo eleitoral, visando atingir o candidato Lula, mesmo que indiretamente, motivo pelo qual cabe a punição da Justiça Eleitoral.
“Acusar uma pessoa de ser maconheira não é algo que pode ser tido como uma crítica relevante”, disse o ministro Floriano de Azevedo Marques, cujo voto prevaleceu no julgamento. “Nenhuma dúvida que aqui se trata de conteúdo eleitoral”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.
Dentre os ministros que votaram pela condenação, estão o presidente do TSE Alexandre de Moraes e disse: “Não resta nenhuma dúvida de que era uma campanha negativa descarada. Ao ofender a mulher do então candidato Lula, hoje primeira-dama, a ofensa realizada partia das ideias de uma pauta de costumes exatamente para colocar a preferência sobre um candidato”, disse ele.
Os ministros Nunes Marques, Raul Araújo e André Ramos Tavares também votaram em favor da condenação. Ficou vencida a ministra Isabel Galotti, para quem as ofensas não tiveram gravidade suficiente para afetar o pleito eleitoral.