Segunda-feira, 8 Julho

O presidente da Câmara Municipal de Tabatinga, Paulo Cesar Pereira Bardales, é suspeito de agredir a própria esposa, Sayara Souza Bemergui, com quem era casado há 19 anos. A vítima fez um registro na delegacia do município e detalhou todas as agressões sofridas pelo parlamentar. A Justiça do Amazonas concedeu medida protetiva em favor da vítima.

De acordo com o boletim de ocorrência, Sayara compareceu à delegacia após ter a casa invadida pelo vereador, que estava acompanhado de funcionários da Câmara do município. Conforme detalhado no documento pela mulher, Bardales chegou alterado e questionando a mulher sobre comentários de traição. A vítima teria tentado se afastar, mas ele acabou encurralando e dando início a um ataque de fúria, quebrando e arremessando objetos contra a mulher e também pela casa.

Bardales teria ainda ofendido a mulher com palavrões e ameaçado tacar fogo no carro, requerendo a partir de então os bens constituídos pelo casal. Durante as agressões e pedido de ajuda, nenhuma das pessoas que acompanhavam o vereador, apesar de presenciar cena, teria tomado alguma atitude.

A mulher afirma que está em processo de separação e que esta não foi a primeira vez que o parlamentar teria agido com agressividades e ameaças. Ela relata que vinha sofrendo violência psicológica há mais de um ano e que a situação passou a ocorrer após o rompimento político do pai dela com o vereador.

Em episódio anterior, o vereador teria inclusive tentando enforcar a vítima após ser confrontado sobre uma suposta traição. A mulher teve ajuda do filho de 7 anos para se livrar do marido.

No boletim de ocorrência, a mulher relata anda outras séries de agressões realizadas por Bardales e todas as vezes que tentava uma separação, o parlamentar ameaçava mandar prender o pai da vítima pois tinha muitas influências.

A mulher acusa Paulo Cesar Bardales de violência psicológica, patrimonial e moral, além dos danos psicológicos ao filho do casal. A vítima teria adquirido gastrite e ansiedade por conta da situação com o marido.

Temendo pela integridade física, a vítima solicitou medida protetiva de urgência que foi acatada pela Justiça do Amazonas.

“Em análise às declarações da vítima perante a autoridade policial, verifico que o caso se amolda ao conceito de violência doméstica, sendo correto socorrer-se das regras contidas na Lei nº 11.340/2006 para fazer cessar a suposta violência, conforme claramente prevê o artigo 7º da referida norma”, diz a decisão.

De acordo com a Lei Maria da Penha,  Bardales não pode se aproximar de Sayara pelo prazo de dez meses com multa diária de R$ 1.500,00 caso haja descumprimento.