O ex-deputado federal Marcelo Ramos (PSD), postou um vídeo polêmico nas redes sociais para comentar o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco. Para o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, facções e milicianos que eleger candidatos no Amazonas, assim como fazem no Rio de Janeiro, onde a parlamentar foi morta a mando de um deputado, um conselheiro do Tribunal de Contas e um ex-chefe de polícia.
“Ninguém pode negar o avanço das facções criminosas em Manaus e no interior do Estado do Amazonas, que já ocupam territórios. Que já dizem quem entra e quem sai em determinadas áreas e determinada hora, em determinados bairros. Que já se esforçam para eleger políticos e a reação ainda é muito tímida, ainda é muito tolerante”, afirma Marcelo Ramos.
Ramos não cita partido, nem nomes no vídeo. Mas diante de uma carreira política de mais 30 anos, garante que as facções avançam sobre a política do Amazonas.
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Marcelo Ramos analisa
“Um deputado federal, um conselheiro do Tribunal de Contas e um delegado de polícia. O que coloca na mesma página desse crime, a polícia, a política, um órgão de controle do estado, a milícia, o crime organizado e matadores de aluguel (grupo de extermínio do Rio de Janeiro)”.
Veja:
Marielle Franco
Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa foram detidos na manhã de domingo (24) durante a Operação Murder Inc e foram levados pela Polícia Federal para Brasília, onde chegaram por volta das 16h.
No caso de Chiquinho Brazão, que é deputado federal, a Constituição Federal prevê que sua prisão deve ser apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que poderá mantê-lo preso ou soltá-lo. A data da sessão ainda não foi anunciada, mas deverá ocorrer nos próximos dias.
A principal motivação do assassinato de Marielle e Anderson, revelada no relatório de investigação da PF, envolve a disputa em torno da regularização de territórios no Rio de Janeiro. Em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que as investigações policiais levaram ao esclarecimento completo sobre quem são os mandantes dos crimes, além dos os executores e os intermediários.
Marielle e Anderson foram assassinados a tiros, em um cruzamento na região central do Rio de Janeiro, em março de 2018, enquanto se deslocavam de carro após uma agenda de trabalho.