Luis Claudio Lula da Silva, filho caçula do presidente Lula, o empresário Sung Ung Song, sul-coreano com atuação na Zona Franca, e o prefeito de Rio de Preto da Eva, Anderson Sousa, se aliaram para erguer o time RPE Parintins, que disputa o Campeonato Amazonense de Futebol e busca ascenção à Série D do Campeonato Brasileiro.
Sung é o dono do time e Luis Claudio o diretor de futebol do clube, que apesar do nome, tem sede no município de Rio Preto da Eva. De acordo com reportagem da VEJA, Omar Aziz deu a benção e recomendou diretamente ao prefeito Anderson Souza, que desse atenção especial ao filho de Lula e ao empresário da ZFM.
A reportagem aponta que o caçula de Lula tenta retornar ao mercado da bola após acusações de tráfico de influência, crise no PT e atuação indesejada como assessor parlamentar em São Paulo. A ideia do time é toda dele, incluindo as cores que fazem alusão ao bumbás Garantido e Caprichoso. Por não conhecer a logística na região, o filho do petista precisou estabelecer o time na região metropolitana de Manaus e contou com o apoio do empresário da direita com histórico de oposição ao PT.
A aliança improvável encravada na floresta amazônica, conta ainda com o prefeito lulista Anderson Souza, preso em setembro de 2023 por porte ilegal de arma de fogo, durante operação da Polícia Federal para investigar suspeita de fraude de licitação e desvio de recursos no município.
No mesmo mês, a Prefeitura de Rio Preto foi investigada pepla “farra dos royalties do petróleo” no interior do Amazonas. O termo dado pelo jornal Estadão aponta que cidades do interior recebem dividendos dessa riqueza, mesmo sem ter petróleo extraído de suas terras. O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), apurou a administração do prefeito.
Em dezembro, o prefeito voltou a entrar no radar do Ministério Público do Amazonas, por suspeitas quanto a repasses “das contribuições previdenciárias pelo Prefeito Municipal de Rio Preto da Eva ao RIOPREV, desde 2018”, (Instituto de Previdência do Município de Rio Preto da Eva -Rioprev).
Na jogada de interesses, a aliança lula-bolsonaro tem surtido efeitos até então positivos para as peças no tabuleiro. Na interação com bolsonaristas, Luis Claudio trocou o tratamento de “filho de ladrão” para virar o centro das atenções no futebol amazonense. A Digitron do empresário sul-coreano injeta ao menos R$ milhão anualmente no time, incentiva o esporte na região e ainda pode ter uma mãozinha nos negócios em Brasília.
Anderson Sousa cumpre o pedido de Omar, e afirma que a prefeitura patrocina o time, mas com apoio de empresário e emendas parlamentares.
