Os deputados do Partido Liberal (PL) enviam ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), contra a escola de samba Vai-Vai, por suposto desrespeito a policiais.
Segundo o ofício enviado pelo deputado federal Capitão Augusto e a deputada Dani Alonso, pede que a escola de samba fique sem verbas públicas no próximo ano. O motivo seria uma suposta alusão em uma de suas apresentações no carnaval, que de acordo com eles, se mostrou desrespeitosa para policiais da Tropa de Choque.
“Proponho que a Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta ofensiva demonstrada. A medida não apenas servirá de punição, mas também como sinal de que ofensas contra instituições e profissionais de segurança não serão toleradas em nosso estado”, diz o documento.
No desfile, os agentes são retratados com asas e chifres vermelhos, uma alusão a figuras demoníacas.
Samba-enredo de Vai-Vai
De acordo com a escola de samba Vai-Vai, o seu samba-enredo trata-se de um manifesto, uma crítica da cultura de São Paulo, que ignoram manifestações culturais como o hip hop e seus quatro elementos (breaking, graffiti, MCs e DJs.
Segundo ela ainda, o desfile foi feito nesse contexto, com uma série de recortes históricos, como a semana de arte de 1922 e o lançamento do álbum Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs, em 1997.
Delegados repudiam
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) publicou, na última segunda-feira (12), nota de repúdio contra a escola de samba Vai-Vai. De acordo com a nota, o samba-enredo “afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias”.
