Segunda-feira, 20 Maio

Famoso por levantar dossiês contra seus adversário políticos no Amazonas, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) agora tem seu nome envolvido em uma denúncia baseada no mesmo método: levantamento de dados. Ele emprega no seu gabinete e paga salário com verba pública o próprio advogado, que trabalha para o político no Amazonas desde a campanha em 2022.

A denúncia começou no Ministério Público Federal do Amazonas e chegou á Procuradoria da República do Distrito Federal, que notificou o parlamentar a dar explicações. Frank Menezes virou secretário de gabinete do jovem político, e ao mesmo tempo o representa em Manaus, em processos no Tribunal de Justiça do Amazonas.

Contratado com verba púbica desde o ano passado, a presença de Frank é citada pela Procuradoria como possível improbidade administrativa. Amom foi denunciado por “suposto ato de improbidade praticado por deputado federal” por meio de “uso irregular de verba de gabinete”.

Apesar de se vender nas redes sociais como um político diferente, Amom afirma que a contratação do advogado particular pago com dinheiro público não é ilegal e nem imoral. “A atuação de Frank Menezes como advogado particular do deputado federal Amom Mandel Lins Filho no ano de 2023, se deu em ocasiões pontuais, de forma totalmente privada, com contratos, notas fiscais e comprovantes de pagamento por meio de transferência eletrônica devidamente apresentados ao MPF.”

São cinco processos de Amom nas mãos de Frank no Amazonas, onde o político tem como parentes o padrasto, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, Mario de Mello, o avô, Domingos Jorge Chalub, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), e a juíza, Elza de Mello.

Em sua defesa, Amom reconhece que paga o advogado com verba de gabinete, mas minimiza. “O advogado atua como secretário parlamentar no gabinete de Amom Mandel desde fevereiro de 2023, exercendo funções inerentes ao cargo, como a elaboração de Projetos de Lei e de outras proposituras legislativas. Além disso, também atua no setor privado, de maneira legal, sem prejuízo à sua atuação profissional no âmbito do legislativo federal. Dessa forma, não é verídica a afirmação de que o parlamentar teria pago o advogado com dinheiro público pelos serviços prestados de maneira privada. Não houve inquérito, apenas um pedido de esclarecimento sobre os referidos fatos”, diz a nota, sem que o assunto seja abordado por Amom em suas redes sociais.