O deputado federal Fausto Júnior (União Brasil) usou a plenária da Câmara dos Deputados para atacar as ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra garimpeiros ilegais.
Para o deputado o órgão não vereia destruir os equipamentos usados para extrair ouro ilegalmente dos rios. “Ibama, em vez de incendiar máquinas no garimpo ilegal, por que não buscar soluções que beneficiem a comunidade local?”, questiona.
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Sem indicar que forma os equipamentos deveriam ser usados por moradores, ou fiscalizados pelo uso, o parlamentar não citou os números oficiais sobre desmatamento e poluição resultado da ação predatória na região, onde especialmente os Yanomamis foram vítimas e morreram doentes ou atacados em garimpos ilegais.
“Não podemos esquecer que as pessoas no garimpo ilegal na Amazônia buscam sustento por falta de oportunidades”.
ATAQUES
A inutilização segue o inciso V do decreto 6.514, de 2008, que regulamentou a Lei de Crimes Ambientais, de 1998, que permite a “destruição ou inutilização do produto”.
No fim do mês passado uma equipe do Ibama foi atacada a tiros durante uma ação de fiscalização contra o garimpo ilegal na Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará. Os agentes reagiram; e um suspeito foi ferido no confronto. Ele foi socorrido e levado de helicóptero para a cidade de Itaituba, mas não resistiu.
De acordo com o Ibama, a região do Tapajós, que compreende os municípios de Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso, concentra a maior quantidade de alertas de garimpo no país, principalmente em Unidades de Conservação e Terras Indígenas. E o órgão está em operação na região desde o dia 10 de agosto. De lá para cá, foi possível reduzir cerca de 90% os alertas de garimpo.
Até o momento, mais de 200 equipamentos e 10 veículos apreendidos com os garimpeiros foram destruídos, como escavadeiras hidráulicas, dragas, motores, carretas-tanque e caminhonetes. Além disso, os agentes do Ibama também desmobilizaram 29 acampamentos de apoio aos grupos ilegais.
A ação é realizada em conjunto com o ICMBio e tem apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Fundação Nacional dos Povos Indígenas.