A empresa que administra os serviços da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, a ‘Maternidade de Lona’ pode deixar de prestar serviços pela falta de pagamento do governo de Roraima. Segundo a Ágora Engenharia LTDA, a empresa está sem receber há oito meses.
O prédio da maternidade está em obras desde junho de 2021. Por isso, pacientes grávidas e bebês estão sendo atendidos no hospital de campanha montado para a pandemia da Covid-19.
A estrutura é administrada pela Ágora que mantém todas as instalações elétricas, hidráulicas, de esgoto, refrigeração e grupos geradores, além da internet.
O contrato foi firmado com a Secretaria estadual de Saúde (Sesau), e prevê o pagamento de faturas mensais no valor de pouco mais de R$ 1 milhão. Mas, sem os pagamentos, a empresa estaria arcando com as despesas de manutenção que precisam ser feitas diariamente.
Conforme nota divulgada pelo governo, a Sesau estaria realizando um levantamento sobre os débitos e cita que estaria passando pelas “dificuldades e instabilidades econômicas vividas pelo país”.
A empresa informou que a ’Maternidade de Lona’ está atendendo 30% a mais da capacidade da estrutura em reforma e, tenta manter os fornecedores e folha de pagamento em dia. Mas, caso o pagamento não seja realizado poderá ocorrer um desastre humanitário.
A reforma da maternidade deveria ter sido concluída em janeiro deste ano, conforme promessa do governador Antônio Denairum, mas conforme denúncias, falta medicamentos essenciais para o tratamento dos bebês, o que pode levar ao aumento no número de óbitos na unidade de saúde.
Nos primeiros meses de 2023, a ‘maternidade de lona’ chegou a registrar mais óbitos de bebês do que todo o ano de 2022.
A unidade é o principal foco de denúncia de gestantes e mães de recém-nascidos que não recebem o atendimento de qualidade e conforme determina a Lei. Em um dos casos que viralizou, uma gestante acabou dando a luz, na própria recepção da unidade, após aguardar horas por atendimento.
Em abril deste ano, a unidade ficou embaixo d’água com as fortes chuvas. O aluguel da estrutura custa R$ 13 milhões aos cofres da Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau), que também gasta mais de R$ 20 milhões com a reforma.