Domingo, 14 Setembro

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro enviou ao ministro Alexandre de Moraes as explicações para os dois dias do líder da direita na embaixada da Hungria, após ele ter o passaporte apreendido. E negou que tenha ido pedir asilo.

“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do Peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, diz manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (27).

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Advogados de Bolsonaro esclareceram que estadia em embaixada foi para discutir temas políticos: “O ex-presidente Jair Bolsonaro, ora peticionário — como é de conhecimento público —, tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e internacional”.

Os advogados também lembraram que “o ex-presidente foi a Buenos Aires para cerimônia de posse de Javier Milei, a convite do próprio presidente argentino, tendo informado previamente este pretório excelso, bem como juntado as passagens aéreas de ida e volta e o itinerário com os detalhes da viagem. Na segunda e mais recente oportunidade, o peticionário protocolou pedido — com meses de antecedência — solicitando autorização para aceitar o convite do primeiro-ministro de Israel para visitar o país com sua família”.

Bolsonaro na embaixada

A hospedagem de Bolsonaro na embaixada foi revelada na tarde de segunda-feira (25), pelo jornal norte-americano The New York Times. O jornal dos Estados Unidos analisou imagens do circuito de segurança do local e publicou vídeos que mostram a entrada e a saída do ex-presidente.

As embaixadas são ambientes protegidos, fora do alcance das leis e das autoridades brasileiras. A permanência nesses locais, em tese, pode configurar burla à determinação de não se ausentar do país, já que o objetivo da medida é exatamente manter o investigado ao alcance das forças de segurança nacionais.

As imagens da câmera de segurança da embaixada mostram que o ex-presidente permaneceu no local de 12 a 14 de fevereiro, acompanhado por seguranças. O embaixador Miklós Halmai também aparece acompanhando Bolsonaro.

A embaixada estava praticamente vazia, mostram as imagens, exceto por alguns diplomatas húngaros que moram no local. Segundo o jornal, os funcionários estavam de férias porque a estadia de Bolsonaro foi durante o feriado de carnaval.

Segundo a reportagem, no dia 14 de fevereiro, os diplomatas húngaros contataram os funcionários brasileiros, que deveriam retornar ao trabalho no dia seguinte, dando a orientação para que ficassem em casa pelo resto da semana.