Segunda-feira, 20 Maio

Suspeitos de um crime imperfeito!

Em desventura, Cecília Lorenzon e suas ligações pessoais dentro e fora da Secretaria de Saúde (Sesau), seguem no holofote da Polícia Federal e no epicentro de um dos maiores escândalos de corrupção em Roraima. A investigação aponta para um enorme esquema de desvio de dinheiro público na Sesau.

Em uma comparação cinematográfica, poderíamos colocar a situação em uma cena de faroeste. Um estado remoto, aqui abre-se uma observação, região com enorme potencial econômico. Um xerife (Cecília Lorenzon), com autoridade para mandar e desmandar. E pistoleiros para executar as ordens na bala.

Mas, longe do velho oeste, afinal Roraima está no extremo norte do Brasil e, voltando a realidade dos fatos, denúncias apresentadas por este Portal foram o pontapé para uma grande investigação envolvendo desvio de medicamentos e esquemas de corrupção na Sesau.

Queima de medicamentos comprados com dinheiro público com suposto envolvimento de integrante da equipe de Lorenzon na situação, que pode ter sido realizada para apagar provas do descaso, inoperância e incompetência da secretaria, mais medicamentos vencidos encontrados em uma casa na capital e novos indícios de queima além da prisão de suspeitos de intimidarem uma testemunha que estaria colaborando com as investigações são apenas alguns episódios do enredo de Lorenzon a frente da Sesau.

Ainda no mesmo capítulo, uma testemunha passou a ser intimidada por um dos suspeitos de participar do esquema. A pessoa teria presenciado a contratação de um pistoleiro que viria de Rondônia para prestar apoio ao grupo. Coincidência ou não, o matador viria do mesmo estado de origem de Lorenzon.

Demais episódios apontam a participação do marido de Lorenzon, Wilson Basso. Ele teria desviado R$ 964.544,77 da saúde Yanomami. Em cadeia, puxa o empresário Roger Henrique, que abocanhou do Governo de Roraima e do Ministério da Saúde mais de R$ 5 milhões com a empresa Balme Empreendimentos.

Já estão presos dois homens chamados Roberto e Jackson.

Roberto, segundo depoimentos, seria um dos responsáveis pela tesouraria da quadrilha e teria ligações muito próximas a Wilson Fernando Basso. Jackson seria ex-cunhado da esposa de Fernando Basso, a secretária Cecília Lorenzon.

Neste momento a Polícia Federal estaria a cola do braço armado da quadrilha. O pistoleiro de Rondônia.

Tudo segue na ponta do lápis da PF, que bateu na porta de Cecília Lorenzon este ano em investigação de suspeita de fraudes para cirurgias ortopédicas no Estado. De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), a Sesau de Lorenzon teria favorecido empresa em contrato de mais R$30 milhões.

As investigações já levaram a Polícia Federal à casa de Cecília Lorenzon ao menos três vezes, que chegou a ser afastada do cargo, retornando do infortúnio com a benção do fiel escudeiro Antônio Denarium.

Nas mãos da PF, a cena do final feliz para Roraima se aproxima. Parte do epílogo que trata o destino do Estado revelou um governador cassado três vezes. No próximo e último ato a expectativa é para a revelação do grande esquema na Sesau.