Segunda-feira, 10 Novembro

Um vídeo gravado pelo socorrista Denilson Vilar, enfermeiro pós-graduado em UTI e integrante do Samu Manaus, viralizou nas redes sociais nesta semana ao denunciar o que classifica como “total descaso” do governo do Amazonas, na gestão do Wilson Lima (União), com a Saúde pública. Segundo Vilar, empresas terceirizadas que recebem milhões do Estado para remoção de pacientes, como a WF Control, não estariam cumprindo suas funções, sobrecarregando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) municipal e colocando vidas em risco.

No vídeo, Vilar relatou um caso recente em que uma equipe do Samu foi acionada para transferir uma paciente picada por cobra, mas encontrou uma ambulância terceirizada saindo da UPA Campos Sales sem a paciente. O socorrista criticou a falta de fiscalização do governo estadual e o atraso no repasse da parte do estado no custeio do Samu.

“É lamentável o que acontece com a saúde do Amazonas, e isso reflete diretamente nos municípios. Nós, do Samu municipal, temos salários e plano de carreira em dia, mas mesmo assim enfrentamos estrutura insuficiente. Além disso, ficamos com macas retidas nos hospitais, impedindo o atendimento de urgência e emergência. Enquanto isso, as empresas terceirizadas do governo Wilson Lima, Doctor D, Amazon Resgate e WF Control,custam mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos, e não prestam o serviço adequado”, denunciou Vilar.

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O socorrista ainda alertou que, em situações de emergência, os pacientes dependem das ambulâncias do Samu para transferências que deveriam ser feitas pelas empresas contratadas pelo governo do Amazonas. “O Samu acaba fazendo o trabalho dessas empresas, que deveriam receber do estado e não cumprem suas obrigações. O governo Wilson Lima não repassa a parte estadual, prejudicando o tripartite: 50% federal, 25% estadual e 25% municipal”, afirmou.

A denúncia ganha ainda mais relevância quando se analisam os contratos públicos: Locação de ambulâncias de suporte avançado (tipo D) e suporte básico (tipo B): valor total de R$ 6.381.921,71 mensais, com vigência de 28/02/2024 a 27/02/2025.

Apesar do investimento milionário, as falhas operacionais permanecem evidentes, deixando claro o descompasso entre gastos e resultados. Para Vilar, a situação expõe não apenas a má gestão, mas também a irresponsabilidade do governo estadual com a saúde da população.

“Se, neste momento, seu familiar depende de uma ambulância do Samu, entenda que estamos realizando transferências que deveriam ser feitas pelas empresas do governo Wilson Lima, enquanto macas ficam retidas nos hospitais por falta de condições. É uma questão de gestão e de compromisso com a vida das pessoas”, concluiu o socorrista.

NOTA

O Núcleo de Reportagem Investigativa do Portal Alex Braga entrou em contato com a Secretaria de Saúde (Ses-AM) para falar sobre a situação, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas.

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