Manaus – Relembre a Operação Sangria deflagrada pela Polícia Federal, com objetivo de apurar irregularidades nos contratos do governo do Amazonas, comandado por Wilson Lima, para a aquisição de respiradores pulmonares no combate à Covid-19, em Manaus. Cidade também foi alvo.
Na mesma época da operação, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), informou que a empresa Ecoagro Comércio e Serviços Ambientais Ltda, CNPJ: 08.257.521/0001-30, seria de propriedade do deputado estadual Roberto Cidade e teria abocanhado o valor global de R$ 2,6 milhões relativos a contrato que nunca foram executados, segundo informações da operação que ocorreu em 2020.
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Relembre Operação Sangria da PF
A Operação Sangria teve início em 2020, para investigar fraudes em licitações e desvios de verbas públicas no governo de Wilson Lima (UB), que deveriam ser usados no combate à Covid-19.
Em junho de 2020, a PF iniciou a investigação sobre o desvio de verbas no esquema de compra de respiradores, com dispensa de licitação, de uma importadora de vinhos.
Em uma manobra conhecida como triangulação, a empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo do Amazonas, vendeu respiradores para uma adega por R$ 2,480 milhões. Ainda no mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos para o Estado por R$ 2,976 milhões. Após receber valores milionários em sua conta, a adega os repassou integralmente à organização de saúde.
A investigação encontrou registros comprovando a ligação entre agentes públicos e os empresários envolvidos na fraude.
Primeira fase:
Na primeira fase da Operação Sangria, o governador Wilson Lima foi alvo de mandato de busca de apreensão por suspeita de envolvimento no esquema de compra de respiradores, com dispensa de licitação, da importadora de vinhos, porém o pedido da PF para que ele fosse preso, foi negado pelo Ministro Francisco Falcão do (STJ). Nas buscas, outras oito pessoas foram presas incluindo a secretária de saúde à época, Simone Papaiz.
Segunda fase:
Na segunda fase da Sangria, em outubro de 2020, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do vice-governador Carlos Almeida. Segundo a polícia, foram apreendidos materiais para a investigação que apontavam fraudes e desvios na compra de respiradores. Ao longo das investigações, foram constatados indícios de que Almeida tinha gerência e influência direta nas decisões da pasta da Secretaria de Saúde.
Durante o período, cinco pessoas foram presas temporariamente. Entre os presos, o ex-secretário da saúde, Rodrigo Tobias, que teria autorizado a compra dos respiradores.
Terceira fase:
A terceira fase da Operação, ocorreu em novembro daquele ano, em buscas de conseguir provas. A PF cumpriu mais quatro mandatos de buscas e apreensão. Foram alvos de buscas endereços residenciais, profissionais e comerciais, inclusive as Secretaria de Estado de Saúde e a Casa Militar do Governo do Amazonas.
Quarta fase:
Na quarta fase, as investigações ocorrem sobre as supostas irregularidades na construção do hospital de Campanha Nilton Lins, em Manaus, usado para o combate à Covid-19. Na época, o secretário de Saúde do Amazonas era Marcellus Campêlo, que foi alvo de mandado de prisão. Além dele, outras cinco pessoas também foram detidas.
Roberto Cidade e Wilson Lima na mira da Justiça
Na mira do Ministério Público Federal (MPF), da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), o governador Wilson Lima era suspeito de liberar repasses de R$ 82,8 milhões para um consórcio contratado por meio de parceria público privada (PPP).
O aporte financeiro deveria servir para equipar e gerir hospitais usados na linha de frente ao combate do novo coronavírus. Contudo, na prática, não foi o que ocorreu, segundo notas de empenho pagas pelo governo.
Movimento suspeito:
Desde que começaram as investigações da Operação Sangria, o deputado Roberto Cidade, um dos parlamentares investigados por supostamente integrar a organização criminosa que debilitou os cofres públicos, figura em mais uma suspeita de irregularidade.
De acordo com averiguações, a Seinfra teria repassado à época informações de que a empresa Ecoagro Comércio, que seria de Roberto Cidade e abocanhado R$ 2,6 milhões dos cofres públicos.
Segundo uma fonte da secretaria informou que: não constava no sistema de controle da pasta a existência do tal contrato. “Não tem contrato com essa empresa na Seinfra, nem em 2017, 2018, 2019 ou 2020. Como é que fizeram esse pagamento? Tá parecendo como se fosse feito neste ano [no caso em 2020]. Não existe base nem contrato para justificar essa transferência de recursos”, afirmou a fonte para os investigadores da Sangria e Metrópoles.
Empresa Ecoagro recebeu R$ 2,6 milhões
A empresa Ecoagro Comercio e Serviços opera com o CNPJ n° 08.257.521/0001-30, possui atividade principal de obras de terraplanagem. Sua sede fica localizado na Rodovia AM- 240, KM 7, no município de Presidente Figueiredo, conforme dados da Receita Federal.
A Ecoagro possui capital social no valor de R$ 18 milhões de reais e está no nome de Marcelo Palhano Sanches.
Marcelo Palhano é sócio da empresa Ecoagro, e segundo denúncias seria operador de Roberto Cidade.
A empresa teria benefícios de contratos de limpeza pública em Presidente Figueiredo nas gestões passadas.
Atualmente, Marcelo Palhano, é candidato a vice-prefeito em Presidente Figueiredo na chapa com Fernando Vieira, o Fernandão, pelo Partido Liberal, contra a atual prefeita Patrícia Lopes do União Brasil, do grupo de Cidade e Wilson Lima.
Em julho deste ano, Marcelo Palhano, se tornou alvo do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) em denúncias de fraudes em licitação.
Palhano, goi denunciado pelo envolvimento com René Coimbra, prefeito que governou São Gabriel da Cachoeira entre 2013 e 2016, e a fraude, segundo o MP-AM, teria ocorrido no procedimento licitatório da limpeza pública e coleta de lixo urbano no ano de 2013 e alcançou o valor de R$ 1.150.000,00 (um milhão e cento e cinquenta mil reais).
A denúncia oferecida pelo MP-AM é detalhada e minuciosa, explicando a conduta criminosa de cada envolvido, envolvendo Marcelo Palhano Sanches.
Confira o documento na íntegra:
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