Sábado, 14 Setembro

Manaus -O Núcleo Investigativo do PAB, recebeu informações exclusivas dos bastidores, de que a Associação Segeam, foi a vencedora para comandar de forma terceirizada a gestão do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu

O veredito de Wilson Lima de terceirizar os hospitais, afronta diretamente a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), que acatou uma representação do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas Beneficentes e Religiosas, onde afirmam que este modelo de contratação não tem demonstrado eficácia no Estado do Amazonas, além de ter sido alvo de controvérsias em outros entes federativos.

A terceirização avaliada em R$ 2.044.494.743,36 (Dois bilhões, quarenta e quatro milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil, setecentos e quarenta e três reais e trinta e seis centavos), será pago pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), comandados por Wilson Lima (UB) e Nayara Maksoud.

Leia Mais: GRAVE: Wilson Lima vai terceirizar hospitais de Manaus por R$ 2 bilhões

O anúncio pegou todos de surpresa. Um chamamento público, que foi divulgado em julho, informava que uma Organização Civil Social (OSC) assumiria, de forma terceirizada, a gestão do Complexo Hospitalar da Zona Sul (CHZS) de Manaus. (Confira documento abaixo).

“Contrato de Gestão com entidade qualificada como Organização Social no âmbito deste Estado, tendo por objeto o GERENCIAMENTO, OPERACIONALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE, que assegure assistência universal e gratuita à população, única e exclusivamente para o Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito do COMPLEXO HOSPITALAR ZONA SUL – CHZS, que abarca o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto e Instituto da Mulher Dona Lindu, coordenados pela Secretaria de Estado de Saúde
do Amazonas.”

Trecho retirado da Convocação Pública/Pág. 01

Confira o documento na íntegra:

Segeam assume gestão dos Hospitais

A Associação Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas (Segeam), foi a vencedora do chamamento público e arrematou o valor global de R$ 2 bilhões.

Foto: Reprodução/ Segeam

A Segeam foi fundada em 2012 sendo uma instituição prestadora de serviços do Governo do Amazonas. Atualmente, a abrangência de atuação da associação se dá no Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya (SRT), Programa Melhor em Casa e Pé Diabético. Ofertando uma mão de obra extremamente qualificada e atualizada com aplicação de elevados padrões que estimulam a excelência do cuidado.

A Segeam pertence à Karina Maria Sabino Cavalcante de Barros, tem sua capital social no valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões, quinhentos mil reais), segundo dados da Receita Federal.

Foto: Dados Receita Federal Segeam
Foto: Dados Receita Federal Segeam

Segeam é acusada de calote

A Segeam é acusada de calote por seus funcionários, e vem sendo constantemente denunciada por atrasar o salário de centenas dos servidores que atuam nos hospitais públicos do Estado. Mesmo diante desse cenário de reclamações, Wilson Lima a tornou a responsável por gerenciar os dois hospitais.

Segeam já recebeu R$ 260 milhões em contratos com governo

Em junho deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) renovou um
contrato que já possuía com a Segeam. A renovação equivale R$ 23,5 milhões para a empresa continuar operando nas maternidades da rede publica de saúde por mais 12 meses.

O aditivo foi público no Diário Oficial no dia 1° de junho. Ele prevê o fornecimento de Serviços de enfermagem hospitalar obstétrica (enfermeiros obstetras), em regime de plantões ininterruptos de 12 horas, a serem prestados nas seguintes unidades de saúde: Maternidade Nazira Daou, SPA e Maternidade Chapot Prevost, Maternidade Balbina Mestrinho, Maternidade Ana Braga e Instituto da Mulher Dona Lindu.

Pagamento entre 2019-2023

Um levantamento no Portal da Transparência do Governo, entre os anos de 2019 e 2023 os pagamentos que alcançam exatos R$ 260.668.207,35 (duzentos e sessenta milhões, seiscentos e sessenta e oito mil, duzentos e sete reais e trinta e cinco centavos).


Em 2019, foram repassados R$ 22.036.882,97 (vinte e dois milhões, trinta e seis mil,
oitocentos e oitenta e dois reais e noventa e sete centavos
);


Já em 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19, o repasse quase triplicou e
atingiu R$ 63.458.087, 15 (sessenta e tres milhoes, quatrocentos e cinguenta e oito mil,
oitenta e sete reais e quinze centavos
);


Em 2021, a SES-AM destinou exatos R$ 67.765.524.79 (sessenta e sete milhões, setecentos
e sessenta e cinco mil, quinhentos e vinte e quatro reais e setenta e nove centavos
),
No ano de 2022 os repasses foram de R$ 71.772.065,71 (setenta e um milhoes, setecentos
e setenta e dois mil, sessenta S tres reais e setenta e um centavos).


E em apenas cinco meses do ano de 2023, o Governo repassou R$ 35.635.648,73 (trinta e cinco milhões, seiscentos e trinta e cinco mil, seiscentos e quarenta e oito reais e setenta e três centavos).

TCE se envolve e barra terceirização

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) suspendeu a tentativa bilionária da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), comandada por Wilson Lima (UB) e Nayara Maksoud, que tentam forçar a terceirização da gestão do Complexo Hospitalar da Zona Sul (CHZS) de Manaus, que compreende o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu.

O TCE atendeu uma representação do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas Beneficentes e Religiosas e em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Amazonas, sendo assinada pelo auditor Luiz Henrique Mendes.

O representante argumenta que este modelo de contratação não tem demonstrado eficácia no Estado do Amazonas, além de ter sido alvo de controvérsias em outros entes federativos. Assevera que o Estado do Amazonas gasta cerca de R$ 22 milhões por ano com a administração das duas unidades, porém, neste edital, o governo pretende repassar cerca de R$ 34 milhões à organização social que gerenciará as unidades”, diz trecho do documento ao qual o Portal Alex Braga teve acesso.

Wilson Lima ignora e mantém de pé terceirização

O governador Wilson Lima (UB), e a secretária de saúde do Amazonas, Nayara Maksoud, ignoraram a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que suspendia a terceirização bilionária da gestão do Complexo Hospitalar da Zona Sul (CHZS) de Manaus, porém mantiveram de pé a decisão e devem anunciar o nome da Segeam, em breve.

Núcleo de Investigação do Portal Alex Braga teve acesso à informação com exclusividade, por meio de uma fonte de dentro da própria Saúde do Estado que confirmou os fatos.

Segundo a fonte, o nome da empresa vencedora seguindo os processos do chamamento público N.º CP001/2024 – SES/AM que irá pagar R$ 2.044.494.743,36 (Dois bilhões, quarenta e quatro milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil, setecentos e quarenta e três reais e trinta e seis centavos) para a OS no período de 60 meses.

É a Associação Segeam, que já possui vinculo com o Governo do Amazonas e a Secretaria de Saúde.

Leia Mais: Wilson Lima ignora decisão do TCE e anunciará empresa que comandará Hospital 28 de agosto

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