Domingo, 14 Setembro

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) decidiu direcionar as atenções do mandato dele para uma nova demanda particular: vencer o prêmio Congresso em Foco e ser eleito, pela rede social, o “melhor deputado do Brasil”.

“Eu to concorrendo e você pode me ajudar”, diz em enfática primeira pessoa nas redes sociais, onde é cobrado sobre a mania de abandonar mandatos pelo meio em nome de voos mais altos.

Amom ainda explica que tem um tutorial para ensinar como votar nele e reforça:

‘Manda pra todo mundo que você conhece’.

AMOM CAI EM CONTRADIÇÃO

Nas redes sociais do próprio deputado, eleitores lembraram da contradição que vive o parlamentar, ao pedir para ser eleito “o melhor”, enquanto luta para deixar Brasília. Sem jamais ter completado uma legislatura, já que também abandonou a Câmara Municipal de Manaus para ser candidato a parlamentar federal, duas seguidoras do ex-vereador diz que ele precisa focar no trabalho para o qual é pago com verba pública.

O Prêmio Congresso em Foco quantifica o parlamentar mais votado, não avalia necessariamente projetos aprovados, presenças, discursos no Congresso.

QUALIDADE X QUANTIDADE

O cientista político Carlos Santiago lembrou ao Portal Alex Braga que a busca por votos nas redes sociais não deveria ser a prioridade de um político e nem o foco dos eleitores, pois não necessariamente o mais votado condiz com a produtividade.

“O Congresso em Foco é importante para identificar qual político tem seguidores engajados nas suas pautas. No entanto, nem sempre os vencedores são os melhores dentro do Parlamento, levando em consideração a produtividade, com propostas relevantes para a sociedade. Há muito marketing em torno disso. Há inúmeros parlamentares que venceram o Prêmio do Congresso em Foco e nem foram reeleitos”.

Recentemente Amom foi cobrado por não se posicionar quanto circulou no Congresso um pedido de Impeachment contra o presidente Lula, deixando em dúvida seu posicionamento ideológico, posição que ele jamais assumiu.

Do ponto de vista do eleitorado, Carlos Santiago lembra que a sociedade precisa estar vigilante “em relação às votações e propostas apresentadas. Se os parlamentares de fato representam a sociedade, ou grupos específicos”.

PLANO DE PODER

Ávido por engajamento, Amom foi alvo da Justiça por seu comportamento na mesma rede social onde pede votos e curtidas.

Uma decisão do juiz da 32ª Zona Eleitoral de Manaus, Roberto Santos Taketomi, mandou  o pré-candidato não impulsionar mais as publicações com teor ofensivo contra o prefeito David Almeida.

Na decisão do dia 1/7, o juíz diz:

‘As críticas desabonadoras ao pré-candidato David Almeida, com o impulsionamento dos vídeos, em tese configuram a propaganda eleitoral antecipada negativa. Também entendo estar presente o requisito referente ao periculum in mora, porque a espera por decisão judicial, proferida mediante cognição exauriente, pode permitir a veiculação, por tempo longo de propaganda eleitoral antecipada negativa”.

Ficará sempre a pergunta entre o que deveria ser prioridade de um político com mandato.

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