O Portal Alex Braga teve acesso exclusivo ao inquérito policial e vídeos remetidos à Justiça, com uma série de provas contra os sobrinhos do governador Antônio Denarium, presos em maio deste ano por tráfico de drogas. A polícia reuniu vídeos, material entorpecente apreendidos com Fabrício de Souza Almeida, de 38 anos, e Antonio Olivério Garcia Bispo, de 20 anos, pegos com 145 kg de skunk, um fuzil, um revólver e milhares de munições em operação da Polícia Civil na capital Boa Vista.
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No documento, a delegada da Polícia Civil, Franciele Hoffman de Vargas determina o indiciamento de ambos por tráfico. Em um dos vídeos a polícia mostra o momento em que a apreensão da droga é feita. No bairro Pintolândia, na zona Oeste, foi encontrada grande quantidade de armas, que o MP chama de “verdadeiro arsenal, com quantidade de armas de fogo gigantesca”.
No inquérito, a polícia cita outras pessoas que podem ter sido usadas no esquema de tráfico, incluindo o lava jato alugado para guardar armas. e a casa do tio usada para guardar drogas.
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No carro de Fabrício, um dos investigadores encontrou dezenas de cartões e uma CNH que não estaria no nome dele. O investigador chega a dizer que seria um possível laranja do sobrinho de Denarium.
O momento da abordagem do veículo é descrito na investigação:
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A operação que prendeu os irmãos começou com a apreensão de 70 quilos de maconha às margens do igarapé Água Boa, dias antes da prisão dos irmãos.
![Antonio Olivério Garcia Bispo, de 20 anos, sobrinho do governador Antonio Denarium (PP), preso nesta quinta-feira (23) — Foto: Reprodução/Instagram/Antonio Olivério Garcia Bispo](https://s2-g1.glbimg.com/6OAN2VeIlG6HxFyWZsS9OFNzNXw=/0x0:732x912/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/S/y/iqpGSxSCeQ50Q5BCAVeA/whatsapp-image-2024-05-23-at-21.25.39.jpeg)
Antonio Olivério Garcia Bispo (foto acima), de 20 anos, e Fabrício, dizem na audiência de custódia que jamais foram presos, mas em nenhum momento negar serem os donos das armas e das drogas. No vídeo qual nossa reportagem teve acesso, a defesa reclama que a droga foi apreendida na casa pela polícia sem mandado de busca, mas também não nega o pertencimento dos entorpecentes.
No dia da apreensão, a polícia registrou em fotos as drogas e as armas, assim como o o vídeo da operação surpresa contra membros da família de Denarium.
![Denúncia Anônima leva Polícia Civil a apreender 70 kg de drogas em Chácara de Boa Vista — Foto: Divulgação/Polícia Civil](https://s2-g1.glbimg.com/x6bhlu6ew5_GGzIMdnAcnbrf0vg=/0x0:721x1280/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/8/3/9hOEEZSYSDkNfwKeWcCQ/whatsapp-image-2024-05-22-at-11.52.17.jpeg)
Denúncia Anônima acabou com drogas apreendidas em Chácara de Boa Vista, e de lá até aos sobrinhos de Denarium.
FAMÍLIA DE DENARIUM DE OLHO EM DIAMANTE E OURO
Não é de hoje que Fabrício tem problemas com a polícia. Em 2010 ele foi pego com diamante em Rondônia. Ele também já foi alvo da PF junto com a irmã de Denarium, por suspeita de lavagem de dinheiro da venda ilegal de ouro na terra Yanomami. Fabrício e Vanda Garcia de Almeida, no mesmo local onde os indígenas sofrem e morrem por falta de assistência.
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As investigações tiveram início com o recebimento de informações acerca de uma abordagem da PRF a um dos suspeitos em uma rodovia do estado. Durante a ação de rotina, os policiais verificaram inconsistências na narrativa dos passageiros de um veículo, os quais tentaram ocultar uma viagem recém realizada a Rondônia e encaminharam os fatos à Polícia Federal.
Análises da PF indicaram envolvimento do passageiro com outros suspeitos já investigados em outros procedimentos e conseguiram revelar um esquema que teria movimentado R$ 64 milhões em pouco mais de dois anos.
Os valores seriam oriundos da compra e venda de ouro ilegal e contaria com o uso de empresas de fachada, que buscariam dar aspecto de legalidade às transações financeiras.
Suspeitos receberiam valores de diversos financiadores pelo Brasil e sacariam ou transfeririam os valores para pessoas e empresas no estado de Roraima, as quais seriam responsáveis pela compra de ouro ilegal.
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