Após matéria publicada pelo portal do Alex Braga sobre denúncias de ‘rachadinha’ na campanha de Carpê Andrade para deputado estadual, nas eleições de 2022, o núcleo de investigação teve acesso a novas informações e imagens que esclarecem e solidificam as suspeitas de ‘rachadinha’, coação de assessores, abuso de poder e assédio moral supostamente cometidos pelo vereador Carpê, algumas de suas irmãs, uma sobrinha do parlamentar e assessores de seu gabinete.
“Meu voluntário, minhas regras”
Segundo informações, durante a campanha do vereador Carpê, em 2022, todos os assessores de seu gabinete foram obrigados a assinar um termo de adesão ao serviço voluntário sob pena de exoneração, caso o assessor ou a assessora se recusasse a assinar o documento, o que configura possível coação.
A reunião aconteceu a portas fechadas e sem a permanência de nenhum aparelho celular ou objeto eletrônico que pudesse gravar qualquer detalhe em áudio ou vídeo, do ocorrido.
O documento assinado pelos assessores não contemplava doações e afins, o que mostra que os “voluntários” do vereador não poderiam doar nenhuma quantia para sua campanha e paralelo a isso, não receberiam salário nem comissão pelos serviços durante o período eleitoral, visto que já eram membros nomeados de seu gabinete.
Ocorre que, em consulta ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nosso núcleo investigativo identificou várias doações em nomes de atuais e ex-assessores do vereador Carpê.
Essa ação levanta suspeitas de fraude à prestação de contas e possível lavagem de dinheiro supostamente cometidas pelo legislador municipal em sua campanha de 2022. É o que afirma o advogado especialista em direito eleitoral, Fued Semen Neto.
“Essas ações configuram o suposto cometimento de fraude à prestação de contas e lavagem de dinheiro. Se isso for constatado no processo de prestação de contas, o parlamentar pode ter as contas desaprovadas e deverá devolver o dinheiro recebido, além de se tornar inelegível por 8 anos. Ele também pode sofrer sanções criminais se for ajuizada alguma ação penal. E aí precisaria verificar o tempo de pena de acordo com o crime imputado”.
Fued Semen Neto
Em entrevista a um outro portal de notícias, o vereador afirmou “veementemente que as denúncias são ‘Fake News’. ” O parlamentar confirmou que as pessoas que trabalharam em sua campanha “de forma voluntária” foram devidamente registradas em contratos de adesão ao serviço voluntário nas eleições de 2022. Segundo ele, esta é uma medida legal para garantir transparência e legalidade das atividades políticas exercidas por ele.
Nas redes sociais, os próprios assessores de Carpê, além de outros “voluntários”, afirmaram com convicção que trabalharam na campanha do parlamentar, mas que não doaram nenhum valor ao ex-policial. Mas se eles não doaram, como os nomes deles aparecem na lista disponível no site do TSE?
Uma das pessoas que afirma ter sido voluntária na campanha de Carpê é Ezilane de Oliveira Barcelos. Acontece que ela é assessora do vereador desde 2021 até os dias atuais, recebendo um provento de R$ 8.968,11 (Oito mil, novecentos e sessenta e oito reais e onze centavos).
Ezilane Barcelos é chefe do gabinete externo do vereador Carpê, além de ser uma das assessoras denunciadas por prática de ‘rachadinha’ no suposto esquema envolvendo 03 (três) das 05 (cinco) irmãs de Carpê e outros assessores de gabinete.
Os detalhes dessa denúncia você acompanha nas próximas matérias produzidas com exclusividade pelo núcleo de investigação do portal do Alex Braga.
Envie sua denúncia ou sugestão de reportagem por meio da nossa linha direta: (92) 98245-1581
