Sábado, 13 Setembro

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-deputado federal, foi ao Senado nesta terça-feira (2) e discursou.

A data relembra o dia 2 de abril de 1964, quando o Congresso Nacional declarou vago o cargo de presidente do Brasil, até então ocupado por João Goulart, o Jango, deposto pela ditadura.

“Desde a madrugada de 1º de dezembro (de 2005), quando a Câmara dos Deputados cassou meu mandato, que o povo de São Paulo tinha me dado pela terceira vez, eu nunca mais voltei ao Congresso Nacional. Mas acredito que João Goulart merecia e merece a minha presença hoje aqui, Maria Thereza (Goulart)”, afirmou Dirceu.

Maria Thereza Goulart, viúva de Jango, ocupou um lugar na mesa solene ao lado do filho João Vicente Fontella Goulart, que é presidente-executivo do Instituto João Goulart, e da jornalista Mara Luquet.

O convite partiu de Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso. “A democracia está em risco porque não se fizeram as reformas estruturais, porque não há uma democracia social. Quando uma democracia social deixa de existir, a democracia institucional, política, corre risco. Para consolidar a democracia brasileira, nosso papel é fazer uma revolução social no Brasil, desconcentrar a renda, riqueza e propriedade”, defendeu.

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O ex-ministro criticou a falta de mudanças estruturais nas Forças Armadas desde a redemocratização do país e cobrou o esclarecimento dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

“Não basta a desmilitarização e a volta aos quartéis. Isso aconteceu em 1988. O comprometimento das Forças Armadas com o governo Bolsonaro e o 8 de janeiro está aí”, disse.

“É preciso ir à questão principal, que é a educação nas escolas militares, o sistema de promoções e a prevalência do poder civil sobre o militar. Se quisermos que não voltemos a 8 de janeiro ou 31 de março, o Congresso Nacional tem que fazer um debate das Forças Armadas”, completou.

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