Segunda-feira, 8 Julho

Professores e entidades representativas dos trabalhadores da educação da rede pública cobram nesta quarta-feira (20), o pagamento do abono de fim do ano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), na sede da Prefeitura de Manaus, na avenida Brasil, bairro Compensa I, zona oeste da capital. A manifestação ocorre após o prefeito David Almeida anunciar não ter recursos para pagar os trabalhadores.

Entre a falta de comprometimento do prefeito no pagamento do abono, os profissionais ainda reivindicam a baixa qualidade da alimentação enviadas para as escolas, a manutenção dos prédios e o assédio que sofrem durante a campanha eleitoral para andar com os carros particulares ‘adesivados’.

“O ano todinho é suco de goiaba e bolacha e, quando é sopa, a sopa é feijão e macarrão. A diretora tem que se virar para comprar picolé e bombom para comprar os temperos porque nem isso vai, mas na propaganda a merenda escolar é de qualidade”, expõe um professor.

O professor aproveita para denunciar que as reformas nas escolas não passam de uma ‘maquiagem’.

“Tem muitos prédios alugados caindo aos pedaços, que não tem estrutura mínima para servir de escola. Chove na escola  toda, queima fiação e quando precisa, vão lá e só trocam o disjuntor”.

Outra pessoa relatou que o ano foi cansativos para todos os trabalhadores:

“Nós trabalhamos muito. Foi um ano atípico, cansativo, sexto tempo, vários projetos que nós sabíamos que esses projetos iriam desviar esse dinheiro. Ai chega no final do ano, dezembro, onde nós já lançamos nota, professor já fez toda a sua parte. A nossa parte nós fizemos. Cabe ao prefeito e a secretária pagar aquilo que é nosso. Nós não estamos pedindo, não estamos exigindo esmola. É um dinheiro nosso que está dentro do orçamento, foi mandado para a prefeitura esse dinheiro. Por que que não paga? Toda vez que é para pagar o Fundeb a gente tem que passar por isso aqui”, disse a pedagoga Aurian Costa.

Em nota, o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom) cobra a prestação de contas dos recursos do Fundeb que são repassados pelo governo federal para a “valorização dos professores, no que concerne a salários mais justos, progressões e promoções”. A entidade diz não ter certeza “se as informações dos portais de transparência são fidedignas, o que configura em grande dificuldade de saber se existem as sobras”. No caso da existência das mesmas, a entidade ratifica a necessidade de pagamento. “se existem sobras, entendemos que devem ser rateadas em forma de abono para quem tem direito”.

Já o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) informou ter enviado pedido de investigação aos órgãos de controle e ao Ministério Público Federal (MPF) sobre o uso dos recursos.

“Infelizmente, o pagamento de abono no fim do ano virou moeda eleitoral. O correto é a aplicação em pagamento de salário. Abono não é incorporado nos salários e não vai para a nossa aposentadoria. Não deve ser prática recorrente, mas os administradores públicos criaram essa cultura”, disse em nota, a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues.

Com informações do D24am.