Segunda-feira, 8 Julho

Preso, acusado de assédio, de agressão e de falsificar documentos, o empresário Sérgio Chalub acumula “broncas” em sua trajetória no Amazonas, onde fatura milhões dos cofres do Governo do Amazonas.

PRISÃO NA OPERAÇÃO SANGRIA

Chalub foi preso na operação Sangria, que investiga desvios milionários de recursos na pasta da Saúde no Amazonas durante a pandemia. Ele foi denunciado pelo próprio sócio, indiciado pela CPI na Assembleia Legislativa do Amazonas.

O empresário Rafael Silveira disse aos parlamentares que foi enganado por Chalub e lesado em R$ 2,5 milhões. Ambos dividiam o comando da Líder Serviços Médicos e Petro Serviços, empresa alvo das investigações por contratos com o Governo do Amazonas de janeiro de 2018 a maio de 2019.

O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) denunciou na sessão ordinária da Assembleia do Amazonas (Aleam), que a empresa Líder Serviços de Apoio Gestão de Saúde LTDA e Sérgio Chalub seguiram ligados ao Governo do Amazonas com contratos celebrados em cinco unidades de saúde, além de processos indenizatórios na Maternidade Cidade Nova Dona Nazira Daou II. A grave revelação apontou que para isto, o empresário mudou o nome fantasia da empresa para Madim Manaus Diagnósticos Médicos de Apoio a Gestão de Saúde Ltda, cujo CNPJ continua o mesmo, tentando burlar, assim, os órgãos de controle.

Na tribuna, Wilker revelou que a empresa Madim Diagnósticos é registrada no CNPJ 08.219.827/0001-00, o mesmo da antiga Líder Serviços, indiciada na Comissão pela prática de improbidade administrativa, após fornecer ao Estado sem comprovar capacidade técnica. Sérgio Chalub figurou na lista de indiciamentos pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, fraude à licitação e fraude a ato de licitação. No dia 2 de junho de 2021, durante a deflagração da quarta fase da Operação Sangria da Polícia Federal (PF) Chalub também foi preso pela ação que investigou se funcionários da secretaria da Saúde fizeram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários

De acordo com o Portal da Transparência, a Madim (antiga Líder) ganhou contratos de serviços de lavagem na Maternidade Cidade Nova Dona Nazira Daou e tem contratos firmados nas seguintes unidades hospitalares: os HPS 28 de Agosto e Dr. Platão Araújo, as Fundações de Medicina Tropical e Adriano Jorge e o Pronto Socorro da Criança Zona Sul. Somente em 2022, a empresa já recebeu R$ 2.355.312,91 milhões do Governo.

“Quando eu falo desta tribuna que o pré-requisito para trabalhar com Wilson é ter CNPJ e CPF sujo, está aqui o exemplo. Nós investigamos a Líder em 2020, que era uma empresa do Sergio Chalub, foi indiciada na CPI da Saúde e sabe o que fizeram? Passou a ser chamada de Madim, só que tem um detalhe, com o mesmo CNPJ e sócio, e o mais grave, com mais contratos do que antes de ser denunciada”, afirmou Barreto.

FRAUDES

Em abril de 2019, o Conselho Regional de Enfermagem enviou ao Governo do Amazonas o Ofício 0307/2019 em que não reconhece a procedência de documentos utilizados por Chalub para ganhar licitações milionárias com o Estado. “Em verificação aos arquivos e documentos expedidos por este Regional, a Secretaria Executiva informou que não reconhecia a procedência do documento intitulado “declaração” ora apresentado pela CGL”.

Em Itacoatiara, a empresa Petro Serviços, montada em sociedade com Rafael Garcia da Silveira, teria usado Atestado de Aptidão de setembro de 2015 pelo prefeito Antônio Peixoto, que nem sequer estava no comando da cidade, então sob direção de Mamoud Amed Filho.

A Prefeitura de Itacotiara emitiu nota desmentindo Chalub, e afirmando que “não reconhece como legítimo o atestado de aptidão técnica apresentado pela empresa”, enfatizando que “foi realizada pesquisa no Sistema de Contabilidade Pública Integrado e não foi localizado cadastro de contrato com o município em nome da referida empresa, e o documento não está apresentado com cabeçalho e formatação padrão utilizado pelo Gabinete do Prefeito”.

O procedimento é igual ao que pesa sobre a Líder, investigada pelo contrato de R$ 6 milhões com o Hospital 28 de Agosto, onde outra denúncia pesa por uso de documento federal falso para vencer a licitação, mesmo sem ter condições de realizar os serviços.

AGRESSÃO

Chalub também é acusado de agressão verbal e moral contra mulheres. Uma ex-namorada do empresário foi à Delegacia de Crimes Contra a Mulher registar que foi agredida com palavras de baixo calão.

Em outra situação, uma grávida que foi cobrar seu legítimo direito de receber salários em dia foi humilhada pelo empresário.

A denúncia foi registrada por uma profissional de saúde, que recebeu uma ligação intimidadora. “Tu tá grávida é problema teu. Eu não contratei você grávida. Se você não estiver satisfeita, peça pra sair. E não ligue aqui mais atrás de pagamento, não perturbe a Larissa”, diz Chalub.”, disse o empresário.