Quinta-feira, 11 Setembro

Prisão, assédio moral e falsificação de documentos para ganhar milhões em contratos públicos. A saga do empresário e ex-presidiário Sérgio Chalub revela um “vale tudo” no jogo de licitações públicas no Governo do Amazonas.

Investigado por falsidade ideológica em contratos com a Secretária de Saúde, preso na Operação Sangria, Chalub aparece em áudio revelando mais uma faceta perigosa. Em tom de ameaça, ele assedia uma mulher não identificada, que acoada grava o episódio de violência.

Chalub estaria tentando manter sua empresa como vencedora de licitações milionárias, após suposto uso da empregada da família como “laranja”, dona da empresa ELISÂNGELA DA S. BRUCO SERV. DE APOIO A GESTÃO DE SAÚDE, que depois foi transformada na LÍDER SERVIÇOS DE APOIO À GESTÃO DE SAÚDE, empresa denunciada por vencer licitação na SES usando documentos falsos.

Violênca Psicológica

Em um áudio gravado pela vítima do assedio moral, Chalub esbraveja: “Pensa o quê, que tá mexendo com otário?”, sendo rebatido pela mulher: “Eu tava te ajudando, eu tava fazendo o sistema tudinho”, enquanto Chalub ameça despejar a mulher que parece ser uma laranja que estaria emprestando seu nome como dona de empresa usada em licitações públicas. “Já tô tirando do teu nome as coisas, não precisa nem ir pra empresa, vai atrás de um local pra ti te mudar.” Chalub ainda chama a mulher de analfabeta e falsa antes de expulsá-la de sua sala.

Fraude em Itacoatiara


Além do áudio gravado que “entrega” o comportamento de Chalub em busca de dinheiro, uma denúncia no interior do Amazonas. Em Itacoatiara, foi revelado que outra empresa, a Petro Serviços, em sociedade com Rafael Garcia da Silveira, usou um Atestado de Aptidão assinado em setembro de 2015 pelo prefeito Antônio Peixoto, que nem sequer estava no comando da cidade, então sob direção de Mamoud Amed Filho.

A própria Prefeitura de Itacotiara emitiu nota desmentindo Chalub, afirmando que “não reconhece como legítimo o atestado de aptidão técnica apresentado pela empresa”, enfatizando que “foi realizada pesquisa no Sistema de Contabilidade Pública Integrado e não foi localizado cadastro de contrato com o município em nome da referida empresa, e o documento não está apresentado com cabeçalho e formatação padrão utilizado pelo Gabinete do Prefeito”.

O procedimento é o mesmo que levou a Líder a ser investigada pelo contrato de R$ 6 milhões com o Hospital 28 de Agosto, onde a empresa foi denunciada por usar documento federal falso para vencer a licitação, mesmo sem ter condições de realizar os serviços.

Documento Falso

Em abril de 2019, o Conselho Regional de Enfermagem enviou ao Governo do Amazonas o Ofício 0307/2019 em que afirma desconhecer a procedência de documentos utilizados por Chalub para ganhar licitações milionárias. “Em verificação aos arquivos e documentos expedidos por este Regional, a Secretaria Executiva informou que não reconhecia a procedência do documento intitulado “declaração” ora apresentado pela CGL”.