Quinta-feira, 11 Setembro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter induzido militares a cometer “erros ou até crimes” durante a sua gestão. Ele esteve reunido com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em meio a investigações da Polícia Federal que apontaram o envolvimento de integrantes da cúpula das Forças Armadas em articulação para um golpe de Estado. As revelações recentes da corporação tensionaram a relação entre o governo e a caserna.

“Temos a compreensão de separar o que são condutas institucionais de condutas individuais. Nós temos de lembrar também que, constitucionalmente, o comandante-em-chefe das Forças Armadas é o presidente da República”, comentou Dino a jornalistas na saída do encontro, ocorrido na sede da Defesa. “No período passado, talvez, o comandante supremo da época, o ex-presidente da República, não tenha dado ordens corretas. E isso pode ter gerado que alguns membros das Forças Armadas tenham, eventualmente, cometido erros ou até crimes.”

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De acordo com o ministro, a reunião na Defesa tratou “das boas relações” entre os dois ministérios e as Forças Armadas, especialmente sobre ações de segurança pública nas regiões de fronteira. Dino disse ainda que conversou “um pouco sobre eventos recentes”, mas que as investigações não foram o foco do encontro.

Ele foi questionado também a respeito do pedido de José Múcio para acessar os nomes de militares que se reuniram com o hacker Walter Delgatti Neto — supostamente a pedido de Bolsonaro — para discutir a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.

A PF negou a solicitação, já que a investigação está sob sigilo de Justiça e apenas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito, pode autorizar o acesso à informação.

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