Segunda-feira, 8 Julho

Cárcere privado e trabalho escravo? A nova ordem do Hospital Geral de Roraima (HGR) é trancar pessoas em uma sala. O profissional que estiver no repouso da unidade de saúde e passar do horário de descanso deve ser trancado no ambiente. De acordo com a denúncia, a ordem é da direção do hospital que está sob a proteção da secretária Cecília Lorenzon. 

Um vídeo mostra a situação e revela o momento em que a  porta é aberta e uma mulher espera de pé, dentro da sala e no escuro. A profissional, que fazia seu primeiro plantão no hospital, fica surpresa e tenta entender sobre a regra.

“Eu não sabia. Eu sou o primeiro plantão aqui, não me passaram esse documento”, diz.

O responsável pelas chaves das portas também justifica a situação e mostra a regra fixada na parede da sala, dizendo que está somente cumprindo as ordens estabelecidas pela direção da unidade.

“Eu só tô cumprindo a minha parte. Eu não posso responder por uma coisa que vem de direção. Se a direção diz que eu tenho que desligar e fechar eu tenho que fechar”, diz o responsável.

Outra denúncia, aponta que o HGR estaria fazendo economia de energia e água, por isso, trancou algumas salas de conforto para evitar o uso dos ambiente para necessidades fisiológicas e pessoais, como tomar banho.

A Secretária de Saúde do Estado (Sesau), informou recentemente que todos os médicos nefrologistas da maternidade estavam afastados com atestados psicológicos.

Uma funcionária, que preferiu não se identificar, revelou que existem vários profissionais doentes com  transtornos psicológicos e sugere que a situação tem ligação com perseguições praticadas pela direção do hospital e por Cecília Lorenzon.

De acordo com informações de servidores do hospital, a direção já foi denunciada por abuso de poder, durante uma conferência de saúde, mas nenhuma solução foi apresentada. 

“O novo administrador do hospital toca o terror no HGR. A coordenação se considera acima do bem e do mal, protegida do governo”, diz uma servidora.

A gestão de Lorenzon na Saúde acumula denúncias realizadas pelos profissionais,que se sentem ameaçados. Em 2018 a secretária de Denarium foi exonerada, após mandar dar falta aos profissionais durante uma greve, mas o afastamento durou pouco. A protegida do governador voltou para o comando da secretaria e, conforme denúncias, continua perseguindo os servidores.