Segunda-feira, 8 Julho

A explosão em uma balsa de garimpo provocou uma tragédia matando ao menos cinco garimpeiros no município de Maraã, no Amazonas. Segundo denúncia, uma dinamite teria sido deixada propositalmente na draga por agentes Polícia Federal (PF), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para matar garimpeiros.

Imagens fortes e marcantes que circulam nas redes sociais mostram a população recolhendo as partes dos corpos dos garimpeiros atingidos pela explosão.

A denúncia aponta que o acidente pode ter ocorrido após uma suposta armadilha articulada por agentes da PF, Ibama e ICMBIO que realizam uma operação de combate ao garimpo ilegal na região dos municípios de Tefé, Maraã e Japurá. A ação já teria incendiado mais de 50 dragas na região.

“A Polícia Federal, Ibama e ICMBio, na operação aqui de Japurá, deixaram uma armadilha em uma draga, eles deixaram uma dinamite e morreu cinco garimpeiros, eles estão só os pedaços”, disse o denunciante que que pediu para não ser identificado.

A denúncia aponta ainda que as explosões das balsas de garimpo realizadas pela operação não seguem nenhum tipo de regra para possíveis prejuízos ambientais provocados pelo despejo de combustíveis nos rios. Os peixes estariam sendo atingidos, causando além da contaminação, também a morte deles, uma das principais fontes de alimentação da população naquela região.

“O rio tá todo poluído de Japurá a Tefé com diesel e óleo hidráulico. Os peixes estão morrendo, estão tudo boiando. Poluíram o Rio todinho com o combustível das dragas. Acabaram com o rio”, disse o denunciante.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante visita ao estado de Roraima no dia 30 de abril, defendeu o aumento da repressão a garimpeiros e declarou que vai precisar de ajuda e “ação forte” do Ministério da Defesa. “Os criminosos têm que entender que o Estado não vai recuar”.

Marina não comentou o fato de que garimpeiros, também tratados como criminosos, mesmo atuando ilegalmente, sustentam famílias. A obviedade que o garimpo ilegal precisa ser combatido não pode ser confundido com a violência desferida aos seres humanos.

E, da mesma forma que o ações ilegais contra o meio ambiente precisam ser vigiadas, os órgãos ambientes não pode ignorar a proteção as populações no que tange a regras de preservação. Ibama e ICMBio estão focando em diluir garimpeiros, mas esquecendo da contaminação que vai além do mercúrio.