*”Não tem conversa com vagabundo”, Capitão Carpê critica liberação de presos em audiência de custódia*
O vereador e capitão da Polícia Militar do Amazonas, Francisco Carpegiane, foi o entrevistado desta sexta-feira (24), no programa Fiscaliza geral com Alex Braga na Rede Onda Digital. Como especialista em segurança, Capitão Carpê deu um panorama sobre a segurança pública e sobre o aumento crescente da violência em Manaus.
“Hoje infelizmente nós temos as duas maiores facções no AM que a disputa é com sangue. E todo dias nos vemos uma ocorrência ou um homicídio. Muitas coisa estão relacionadas ao tráfico de drogas na comunidade. (…) Não existe só uma bala de prata. A gente não pode só culpar a Polícia Militar. Nós temos que trazer todo o sistema da segurança pública”, disse o vereador.
Carpê contou parte da experiência na atuação como policial e uma história chamou a atenção. Conforme o vereador, durante ação no bairro da Compensa, na zona oeste de Manaus, ele prendeu um homem duas vezes em 24 horas. O suspeito já tinha passagem pela polícia e usava tornozeleira eletrônica. O capitão criticou o sistema de desencarceramento no Estado.
“Se ele estava sendo preso pela terceira vez pelo mesmo crime, ele era reincidente. Então o que deveria ter acontecido? Ele não deveria jamais ter sido solto na audiência de custódia. Então quando você solta um infrator desse na audiência de custódia, no outro dia ele não vai entregar o currículo lá no distrito não. Ele vai voltar a cometer o crime, aí é quando ele volta a cometer a violência e ao não tem como”, declarou.
Para o capitão, não ocorre ressocialização e os criminosos deveriam permanecer presos. A justiça e o sistema tem que descer com a mão pesada e dificultar os criminosos de estarem na rua assaltando trabalhadores e pais de família. “Não tem conversa com vagabundo”, desabafou o vereador.
Carpê chamou a atenção ainda dos governos estadual, municipal e federal sobre a ação da rota do tráfico internacional de drogas no Estado e aumento da criminalidade na capital e interior.
“Nós temos que melhorar a tecnologia, precisamos fazer concurso público. Mas aí também temos que trazer também o judiciário, o Ministério Público, a prefeitura através dos diversos serviços sociais que podem auxiliar na segurança pública. (…) O Governo Federal tem que fortalecer as forças armadas protegendo o nosso território, protegendo as nossa fronteiras. A polícia Federal tem que descer pesado lá em Tabatinga, onde entra a rota do tráfico internacional de drogas”, disse Carpê.
O vereador, que cresceu no bairro da Compensa, um dos bairros mais violentos de Manaus, chamou a atenção para programas sociais voltados para atender jovens e diminuir o contato dessa pessoas com o tráfico. Carpê lembrou que participou de um projeto de esporte e reforçou que ações como essa podem ajudar a diminuir a criminalidade.
Carpê finalizou a entrevista enaltecendo o trabalho dos policiais militares e pediu pela valorização dos profissionais.
“Os nosso policiais militares são pessoas honradas, são pais e mães de família que arriscam suas vidas todos os dias, que saem das suas casas para servir a população sem ter a certeza do retorno. Que com todas as dificuldades, por se tratar de uma cidade tão violenta, fazem um bom serviço”, finalizou.