Segunda-feira, 7 Outubro

*”Brasileiros estão pagando o combustível em dólar”, explica Afonso Lobo, ex-secretário da Sefaz*

O ex-secretário da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz), Afonso Lobo, foi o entrevistado desta terça-feira (28), no programa Fiscaliza Geral com Alex Braga na Rede Onda Digital. Lobo comentou o panorama da economia no Amazonas e do preço dos combustíveis.

Para o ex-secretário, não há nada que justifique o consumidor brasileiro pagar os combustível em dólar, uma vez que o Brasil é autossuficiente em Petróleo. A Petrobras é uma das petroleiras que em obtido os maiores resultados em termos de lucrativa comparativamente com outras petroleiras. Eles tem o maior retorno em relação aos investimentos das ações que aportam na empresa. A expectativa é que com a nova gestão, a empresa possa apresentar um novo plano para o preço dos combustível.

“O brasil não e autossuficiente no refino, porque nós não temos refinarias suficientes para refinar o que nós produzimos. O brasil acaba exportando petróleo bruto e importando derivados como a gasolina e o diesel. (…) Então não tem necessidade do consumidor brasileiro, na minha visão pagar os combustíveis com preço em dólar”, afirmou o secretário.

A volta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, deve aumentar o preço dos combustíveis. Para Afonso Lobo, a medida é inteligente e necessária.

“Tudo que a gente puder fazer para reduzir esse definir é uma provável menos inflação futura, porque o déficit público é a principal fonte de inflação que pode acontecer em uma economia. Na medida em que a Fazenda está buscando otimizar a sua receita, ela está olhando uma possível redução de inflação futura, talvez essa falta de receita poderia gerar uma inflação maior do que as que os preços dos combustíveis poderá vir a trazer”, explicou.

Conforme o ex-secretário, não há risco para o preço da gasolina voltar a custar a média de R$ 7, pois a reoneração só vai acontecer no PIS, Confins e Cide. O ICMS deve continuar desonerado.

Sobre a demora para a realização da reforma tributária no país, Lobo explicou que a dificuldades ocorre porque mexe com muitos interesses, podendo até tirar alguns recursos de Estado ou da União, mas percebeu que há um consenso nacional em torno da necessidade da realização da reforma. Com base em uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial, onde Brasil é campeão mundial em tempo que se gasta para cumprir obrigações fiscais e contábeis, o ex-secretário aponta que o aperfeiçoamento dessa situação poderia colaborar para a realização da reforma. Além disse, a unificação de impostos também poderia colaborar com o contribuinte, explicou o ex-secretário.

“Eu vejo hoje um clima favorável. Uma das razões que as pessoas apontam como motivo para melhorar o ambiente para o contribuinte, para a livre inciativa, seria se juntássemos os impostos que incidem sobre os produtos e serviços em um único imposto, no estilo do que se adota na maioria dos países de economia desenvolvida. Isso nos aproximaria da realidade econômica desses países”, disse o Lobo.

Afonso Lobo finalizou a entrevista falando sobre a Zona Franca de Manaus. Para ele, a Sefaz e Suframa podem ser um suporte para a bancada em Brasília e dar uma contribuição importante com seus técnicos e estudos que demonstrem as alternativas para manter a competitividade do modelo Zona Franca.